Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir.
sábado, 18 de maio de 2013
Sábado à noite, sozinha em casa.
Triste? Que nada, aprendi a conviver comigo e me acho uma ótima companhia,
quando não me aguento...recorro aos livros, filmes e músicas e logo me preencho.
Embora, às vezes queria ter alguém que estivesse na cozinha preparando um bom prato e me acompanhando em um vinho de uma safra especial, ou talvez, só vendo um filme e tomando um cappuccino neste friozinho gostoso, ou sem vinho, filme e cappuccino, só nós dois.
— Clarice Lispector
sexta-feira, 17 de maio de 2013
O Tempo
... O tempo, de vento em vento, desmanchou o penteado arrumadinho de várias certezas que eu tinha, e algumas vezes descabelou completamente a minha alma. Mesmo que isso tenha me assustado muito aqui e ali, no somatório de tudo, foi graça, alívio e abertura. A gente não precisa de certezas estáticas. A gente precisa é aprender a manha de saber se reinventar. De se tornar manhã novíssima depois de cada longa noite escura. De duvidar até acreditar com o coração isento das crenças alheias. A gente precisa é saber criar espaço, não importa o tamanho dos apertos. A gente precisa é de um olhar fresco, que não envelhece, apesar de tudo o que já viu. É de um amor que não enruga, apesar das memórias todas na pele da alma. A gente precisa é deixar de ser sobrevivente para, finalmente, viver. A gente precisa mesmo é aprender a ser feliz a partir do único lugar onde a felicidade pode começar, florir, esparramar seus ramos, compartilhar seus frutos.
Tudo o que eu vivi me trouxe até aqui e sou grata a tudo, invariavelmente. Curvo meu coração em reverência a todos os mestres, espalhados pelos meus caminhos todos, vestidos de tantos jeitos, algumas vezes disfarçados de dor.
Eu mudei muito nos últimos anos, mais até do que já consigo notar, mas ainda não passei a acreditar em acaso.
****** Ana Jácomo ******
Claro que me dá um puta medo de estar me transformando numa criatura intoxicada de palavras escritas — tenho visões futuras onde me vejo fechado num lugar com as parede cobertas de livros, quem sabe gatos, um som e mais nada. Meu coração tá ferido de amar errado, você me entende? —
Caio Fernando Abreu
Escrevo para respirar
Minha nudez não está nas fotos, mas nas palavras. Minha exposição é a maneira mais honesta que encontrei para estar mais próxima de cada um. E é dessa forma que eu interajo com o Mundo: sem economia de qualquer coisa. Sem sutilezas. Sem medo de errar. Sem dar opiniões que não agregam na vida alheia, só para alfinetar. Não tenho vocação para recalques, não sinto inveja. Gosto de tudo o que sou e do que tenho. Não trocaria minha vida, meu corpo, meu estilo de escrita, minhas transgressões pelo “bom comportamento” de ninguém. Eu não trocaria nem os meus problemas se pudesse optar.
Portanto, venham os que quiserem, critiquem, amem ou deixem-me. Mas não se esqueçam que sou humana e tenho esta qualidade: de ter milhões de defeitos para me lapidar. O meu propósito primordial é simples: eu só estou aqui para escrever, para respirar.
Portanto, venham os que quiserem, critiquem, amem ou deixem-me. Mas não se esqueçam que sou humana e tenho esta qualidade: de ter milhões de defeitos para me lapidar. O meu propósito primordial é simples: eu só estou aqui para escrever, para respirar.
Marla de Queiroz
domingo, 12 de maio de 2013
quarta-feira, 1 de maio de 2013
Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento a tempo
Eu acordei com medo e procurei no escuro
Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo
Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou um consolo
Hoje eu acordei com medo, mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro, eu via um infinito sem presente
Passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo,
era uma coisa sua que ficou em mim,
que não tem fim
De repente a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua
Que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio, mas também bonito
Porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu
Há minutos atrás
Cazuza - Poema
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