sábado, 11 de janeiro de 2014



eu-sem-poesia:

Paulo Leminski - Toda Poesia


Se alguma coisa não deu certo pra você, não jogue a culpa no amor. Ele não tem nada a ver com isso. As coisas dão certo até onde têm que dar. Se parou de funcionar, se o amor morreu sufocado ou afogado, se não tem mais jeito, o negócio é viver o luto, curtir a fossa e cuidar da vida. Fazer aula de italiano, ler vários livros, assistir filmes, jogar charme para o vizinho do andar de cima. Sem ofender o amor e os apaixonados. Porque um dia você vai amar de novo.

Clarissa Corrêa
floutt:

 
“Sensível pra cacete, maldosa na mesma intensidade, feliz de andar cantando e depressiva de nunca achar que uma janela é só uma janela. E cheia de manias bem estranhas… Eu sou sim a pessoa que some, que surta, que vai embora, que aparece do nada, que fica porque quer, que odeia a falta de oxigênio das obrigações, que encurta uma conversa besta, que estende um bom drama, que diz o que ninguém espera e salva uma noite, que estraga uma semana só pelo prazer de ser má e tirar as correntes da cobrança do meu peito. Que acha todo mundo meio feio, meio bobo, meio burro, meio perdido, meio sem alma, meio de plástico, meia bomba. E espera impaciente ser salva por uma metade meio interessante que me tire finalmente essa sensação de perna manca quando ando sozinha por aí, maldizendo a tudo e a todos. Eu só queria ser legal, ser boa, ser leve. Mas dá realmente pra ser assim?” 

— Tati Bernardi.
james-the-analoger:

Please, don’t touch me.
Shot with my Pentax K1000, using Kodak Portra 400.

Eu conheço esse outro mundo
Onde o tempo não dissolve
Eu te conquisto sempre
Você sempre me comove
Eu conheço esse outro mundo
Essa outra porção do espaço
Onde eu me sinto livre
Aprisionado nos teus braços

Quando a gente se beija
Nesses verões emocionais
Nesse vulcão de desejos
Nessas tormentas tropicais

Pouco a pouco eu me transporto
Pela porta do teu corpo
Pra esse outro mundo que eu conheço
Dos deuses de carne e osso
Eu conheço esse outro mundo
Esse eterno mundo em transe
Te amo tanto, tanto e tanto
Não sei mais quem já fui antes


As cores, figuras, motivos
O sol passando sobre os amigos
Histórias, bebidas, sorrisos
E afeto em frente ao mar.

Quando a dor te corta

Não tenho nada a dizer
Eu fico mudo quando a dor te corta
Seu corpo exige atenção
E nessas horas nada mais importa

Nem oração, nem poemas
Nem música, nem televisão
Nem sentir raiva, nem pena
Não adianta fugir, nem segurar sua mão

Vou esperar do seu lado
A tempestade passar
Vou esperar do seu lado
Porque eu só posso esperar

Queria fazer milagres
Te dar alívio pondo a mão no seu peito
Limpar o céu dessas nuvens
E te entregar um dia perfeito

Mas vem a dor feito enchente
Levando o sol, te carregando pro escuro
Levando preces, milagres
E agora eu morro de pressa de chegar ao futuro

Vou esperar do seu lado
A tempestade passar
Vou esperar do seu lado
Porque eu só posso esperar

De que adianta você saber o quanto eu sinto
Minha dor vai ser mais problema que solução
Por fora eu disfarço o quanto eu ando aflito
De só ter pra ter dar meu tempo
E minha inútil compaixão

Vou esperar do seu lado
A tempestade passar
Vou esperar do seu lado
Porque eu só posso esperar

Leoni
Tem dia que a saudade tá tão afiada que deixa o coração da gente todo fatiado.

Inêz Generoso
 
sou um gaiola com desejos ávidos por voar.

Inez Generoso

de livros e de silêncio me alimento.


Antonio Manuel de Pina

És precária e veloz, Felicidade.
Custas a vir, e, quando vens, não te demoras.
Foste tu que ensinaste aos homens que havia tempo,
e, para te medir, se inventaram as horas.

Felicidade, és coisa estranha e dolorosa.
Fizeste para sempre a vida ficar triste:
porque um dia se vê que as horas todas passam,
e um tempo, despovoado e profundo, persiste.

©Cecília Meireles,
overdosedeamor:

— Antes Que Termine O Dia


"Escrever virou um vício. Frases soltas, textos longos, nadas escritos só pra existir. Se eu não registrar, uma parte de mim se esquece. Se eu parar, uma parte de mim morre.
E o bloqueio? Vai me enlouquecendo. É como se me negassem comida, oxigênio. Sinto como se eu fosse morrendo a cada começo jogado de lado por não ter o que desenvolver. Se eu dormir, acordo melhor?”


seu olhar de passarinho
pousou no meu sorriso
.......e fez ninho.

Inez Generoso

Desejo Desejos





Desejos que querem mais
Desejos  de paz
Desejos que sinto e do que ainda não senti
Desejos de carinho
Desejos urgentes e que chegam de mansinho
Desejo um beijo que abraça,
um abraço que beija, uma flor...seja o que for
Desejo momentos únicos, que só eu sei
São desejos de amor

domingo, 5 de janeiro de 2014



"Eu não duvido do poder da vida.
 Ela ensina, reconstrói, resgata, ajuda, reencontra.
 E cura."

Clarissa Corrêa

O silêncio no qual eu guardo uma imensidão de gritos é o vilão que soprou o vento, que murchou as flores, que findou os contos. Suspeito até de tampar o Sol, empobrecer o solo e derrubar as estrelas. Desabafo nessas linhas o meu desconforto de ser um ser que não se atreve a murmurar palavras, estas são tão perigosas quanto ele. O mundo parece um grande véu rasgado e sujo, um obituário falso, um pântano morto. E você um caminho distante, talvez Marte, talvez Plutão. Eu? Os destroços que foram varridos para fora do quintal. Pertenço ao Universo, o plano comum não me consome mais. Não me procure, não me chame, não se importe. Sou poeira cósmica.

"Todos nós somos metáforas, roedores da verdade, fugitivos da compreensão alheia. Somos o símbolo oficial da vergonha, o prejuízo do amor e o balde velho e caído despejando sentimentos em abundância.”

Em meus momentos escuros
Em que em mim não há ninguém,
E tudo é névoas e muros
Quanto a vida dá ou tem,

Se, um instante, erguendo a fronte
De onde em mim sou aterrado,
Vejo o longínquo horizonte
Cheio de sol posto ou nado

Revivo, existo, conheço,
E, ainda que seja ilusão
O exterior em que me esqueço,
Nada mais quero nem peço.
Entrego-lhe o coração.

—Fernando Pessoa
"Eu sei que atrás desse universo de aparências, das diferenças todas, a esperança é preservada. Nas xícaras sujas de ontem o café de cada manhã é servido. Mas existe uma palavra que não suporto ouvir e dela não me conformo. Eu acredito em tudo, mas quero você agora! Eu te amo pelas tuas faltas, pelo teu corpo marcado, pelas tuas cicatrizes, pelas tuas loucuras todas, minha vida. Eu amo as tuas mãos, mesmo que por causa delas eu não saiba o que fazer das minhas. Amo o teu jogo triste e as tuas roupas sujas é aqui em casa que eu lavo. Eu amo a tua alegria mesmo fora de si, te amo pela tua essência e te amo até pelo que você podia ter sido, se a maré das circunstâncias não tivesse te rebanhado nas águas do equívoco. Te amo nas horas infernais e na vida sem tempo. Te amo pelas crianças e futuras rugas. Te amo pelas tuas ilusões perdidas e pelo teus sonhos inúteis. Amo teu sistema de vida e morte, te amo pelas tuas entradas, saídas e bandeiras e te amo desde os teus pés até o que te escapa. Te amo de alma para alma e mais que as palavras, ainda que seja através delas que eu me defendo quando digo que te amo mais que o silêncio dos momentos difíceis, quando o próprio amor vacila."


—Fernando Pessoa
"Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda…"


—Mario Quintana

QUIS EVITAR SEU OLHOS...


quinta-feira, 2 de janeiro de 2014



"Tentava sentir baixinho,

Mas o AMOR fala alto,

Mesmo quando silencia."

Ana Jácomo