terça-feira, 22 de agosto de 2017

VAI ONDE A ILUSÃO TE LEVAR





 A maior prova de amor que te dei… foi deixar-te partir…

Não o fiz por não te amar, muito pelo contrário, foi em nome de tudo o que senti por ti, foi pela intensidade desse sentimento que me habitava, foi porque me corria nas veias, que me afastei dessa tua senda, te deixei voar rumo ao desconhecido e apenas gemi baixinho num fio de voz doloroso: “ – Vai onde a ilusão te levar”.

O meu coração esteve desde o primeiro instante de janelas abertas permitindo que voasse, convicta que quando ao longe ouvisses as nuvens sussurrar o meu nome isso daria uma vontade gigantesca de voar de volta para mim. Sabia que chegaria o dia em que as tentações iriam te acenar para pegar outro vôo, suplicando-te que as acompanhasse e mas mesmo assim, não achei que tu fosses.

E tu foste… e voaste… Experimentaste assim o desapego que tanto desejavas, procurando um novo rumo para os teus dias.

Queria tanto ser livre, não estar preso a nada nem a ninguém que não percebeste que a maior liberdade que podias sentir, estava no amor que te dava porque nunca fui um nó na tua vida, apenas me envolvi em ti num laço. Laço forte de amor...


Quando me deparo com as incertezas é quando percebo que não é tão difícil assim deixar de amar, aparentemente. As vezes a gente acorda pensando em agir diferente, pensar diferente, mas tudo que conseguimos é mais uma noite sem dormir, pensando em como seria. Isto só não basta. Sempre existem muitos sentimentos que devem ser organizados dentro do nosso coração e nem sempre é fácil colocá-los em ordem. Tenho sentido tanta coisa e ao mesmo tempo nada. Existem sentimentos que nos prendem ao abstrato, mas que sentimos com tanta intensidade que é difícil arrancar isto do peito. Sentimentos acumulados tendem a crescer dentro de nós por mais que tentamos ignorar a sua existência. Nada cansa mais do que guardar sentimentos que dentro de nós imploram para serem libertados. Hoje eu pretendo acordar com a esperança de me sentir mais livre. Por mais que, a cada dia, eu só tenha encontrado lágrimas.




Nada supera a sensação vazia de ter o coração "oco" outra vez, não ter pra onde ir ou esperar pelo que nunca vai chegar. Desmantelar sonhos feitos, dói mais que quebrar aquela louça valiosa da vó na infância, a louça a gente cola né!? E os sonhos??



A gente acha que não consegue atravessar o deserto da tristeza, que a tempestade nunca acaba, que a lágrima não cessa, que a dor não passa... Mas, aí Deus vem, nos dá calma pra tristeza, ameniza a tempestade, consola a lágrima, tranquiliza o coração e, pacifica o nosso ser, mesmo quando achamos que tudo é impossível.





Obrigada por tudo o que vivemos até hoje.
Por me ensinar que a vida é tão breve quanto a nossa despedida.
Obrigada por me fazer tão sua, como nunca fui de alguém.
Você foi o meu lar em dias nublados e ensolarados.
E se sentir saudade, ouve as músicas que a gente costumava ouvir e pensa em mim, eu certamente estarei pensando em você.

"Eu sou essa gente que se dói inteira porque não vive só na superfície das coisas. E que, por conviver mais profundamente com as angústias, são os primeiros a experimentar o êxtase de um dia de sol ou chuva, de qualquer coisa aparente simples. Gente que sabe viver com a simplicidade é a coisa mais complexa que existe…"


Marla de Queiroz

Não tenho nem o direito de invadir espaços que não são meus. Não sou uma divindade, tampouco juíza. Por isso, me recolho. Sou um grão de areia no meio dessa imensidão toda. E não admito que alguém dê palpite na minha vida, que nada tem de perfeita. Tenho reticências que vivem pegando no meu pé, alguns parágrafos incompletos, frases que começam sem nexo, textos que não se desenvolvem, ideias que mudam de lugar, pontos finais e sílabas que não se casam. Tenho lá minhas melancolias, minhas músicas bregas, meus choros inexplicáveis, meu humor que anda de gangorra, meus momentos de surto e solidão. Porque sou humana. E isso explica tudo.

Clarissa Corrêa

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Sobre essa minha intimidade com a palavras,  hoje entendo. O que seria de mim sem elas para expressar tudo aquilo que não falo? Escrevo- as...
Esvaziando um pouco desse poço de sentimentos que sou.

quinta-feira, 17 de agosto de 2017


E a ferrugem toma conta do que se é abandonado, corroendo tudo por dentro.  Mas a vida é implacável quando quer vencer, arranca elementos que a façam brotar cheia de esperança e de fé. E as portas trancadas se abrem para um novo florescer...