domingo, 5 de janeiro de 2014

O silêncio no qual eu guardo uma imensidão de gritos é o vilão que soprou o vento, que murchou as flores, que findou os contos. Suspeito até de tampar o Sol, empobrecer o solo e derrubar as estrelas. Desabafo nessas linhas o meu desconforto de ser um ser que não se atreve a murmurar palavras, estas são tão perigosas quanto ele. O mundo parece um grande véu rasgado e sujo, um obituário falso, um pântano morto. E você um caminho distante, talvez Marte, talvez Plutão. Eu? Os destroços que foram varridos para fora do quintal. Pertenço ao Universo, o plano comum não me consome mais. Não me procure, não me chame, não se importe. Sou poeira cósmica.