Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir.
domingo, 23 de novembro de 2014
domingo, 16 de novembro de 2014
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
Espalho e acredito
"Espalhe que o amor não é banal. E que, embora estejam distorcendo o sentido verdadeiro dele nos tempos modernos de hoje, ele existe e é o ingrediente mais importante da vida, a própria poção mágica da felicidade."
-Mário Quintana.
PENSO
"Terrível é o pensar. Eu penso tanto e me canso tanto com meu pensamento que às vezes penso em não pensar jamais. Mas isto requer ser bem pensado, pois se penso demais acabo despensando tudo que pensava antes. E se não penso fico pensando nisso o tempo todo."
(Millôr Fernandes)
(Millôr Fernandes)
domingo, 9 de novembro de 2014
É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento
das horas ponha um frêmito em teus cabelos…
É preciso que a tua ausência trescale
sutilmente, no ar, a trevo machucado,
as folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo…
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir
como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida.
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato.
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te.
Mario Quintana
Antes de amar-te, amor, nada era meu
Vacilei pelas ruas e as coisas:
Nada contava nem tinha nome:
O mundo era do ar que esperava.
E conheci salões cinzentos,
Túneis habitados pela lua,
Hangares cruéis que se despediam,
Perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
Caído, abandonado e decaído,
Tudo era inalienavelmente alheio,
Tudo era dos outros e de ninguém,
Até que tua beleza e tua pobreza
De dádivas encheram o outono.
Pablo Neruda
Vacilei pelas ruas e as coisas:
Nada contava nem tinha nome:
O mundo era do ar que esperava.
E conheci salões cinzentos,
Túneis habitados pela lua,
Hangares cruéis que se despediam,
Perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
Caído, abandonado e decaído,
Tudo era inalienavelmente alheio,
Tudo era dos outros e de ninguém,
Até que tua beleza e tua pobreza
De dádivas encheram o outono.
Pablo Neruda
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