domingo, 25 de dezembro de 2011

- Você é anormal menina. Eita, o que ele fazia de tão especial? Tipo, sei que não é fácil esquecer, mas gostar às vezes é estranho…
- Não fazia nada…Eu só.. Só gostava, entende?
- Mas porque gosta “às vezes” dele ainda?
- Por gostar. Me apeguei à ele como nunca me apeguei a ninguém…Prendi e não quis mais soltar.
- Entendo. E ele, por onde anda?
- Pelas ruas de um Porto, caçando borboletas em estômagos vazios, fazendo espelhar aquele riso viciante nos vidros dos carros e nas poças d’água.. Amando mulheres, garotas, meninas…Amando todas, menos à mim.




Caio Fernando Abreu
- Você é anormal menina. Eita, o que ele fazia de tão especial? Tipo, sei que não é fácil esquecer, mas gostar às vezes é estranho…
- Não fazia nada…Eu só.. Só gostava, entende?
- Mas porque gosta “às vezes” dele ainda?
- Por gostar. Me apeguei à ele como nunca me apeguei a ninguém…Prendi e não quis mais soltar.
- Entendo. E ele, por onde anda?
- Pelas ruas de um Porto, caçando borboletas em estômagos vazios, fazendo espelhar aquele riso viciante nos vidros dos carros e nas poças d’água.. Amando mulheres, garotas, meninas…Amando todas, menos à mim.

Caio Fernando Abreu