Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir.
domingo, 14 de setembro de 2014
Tinha suspirado
Tinha beijado o papel devotamente
Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades
E o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saia delas
Como um corpo ressequido que se estira num banho lépido
Sentia um acréscimo de estima por sí mesma!
E parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante…
Onde cada hora tinha seu intúito diferente
Cada passo conduzia um êxtase…
E a alma se cobria de um luxo radioso de sensações…
Eça de Queiroz