Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir.
domingo, 26 de outubro de 2014
Sentia vontade de chorar, mas não saía lágrima alguma. Era só uma espécie de tristeza, de náusea, uma mistura de uma com a outra, não existe nada pior. Acho que você sabe o que quero dizer, todo mundo, volta e meia, passa por isso, só que comigo é muito freqüente, acontece demais.
— Charles Bukowski
domingo, 19 de outubro de 2014
sábado, 18 de outubro de 2014
Sentir é particular. Não se aprende na escola, é lição que o cotidiano dá. É tarefa diária, dever de casa obrigatório. É o que define o quanto você evoluiu ou estagnou. Se é capaz de ver graça mesmo sem grandes eventos ou se é totalmente dependente de um acontecimento grandioso para se sentir tocado. Sentir é o que te diferencia dos outros, pois é aquilo que o impulsiona a agir -- e contra fatos (e atos) não há argumentos.
Você pode tentar transparecer o que quiser, mas só é capaz de ser aquilo que está ao alcance dos seus sentidos.
Você pode tentar transparecer o que quiser, mas só é capaz de ser aquilo que está ao alcance dos seus sentidos.
A gente lê pra viver em outra pele. Conversa pra materializar na mente as palavras. Escuta pra fazer parte de uma história que não é nossa. A gente vai ao cinema pra assistir ao improvável. Frequenta o teatro pra ser espectador do surreal. Fotografa pra congelar uma cena e depois recriar sua história na memória quantas vezes for preciso.
A imaginação é o antídoto do tédio!
A imaginação é o antídoto do tédio!
Tenho uma espécie de dever de sonhar sempre, pois, não sendo mais, nem querendo ser mais, que um espectador de mim mesmo, tenho que ter o melhor espetáculo que posso. Assim me construo a ouro e sedas, em salas supostas, palco falso, cenário antigo, sonho criado entre jogos de luzes brandas e músicas invisíveis.
Fernando Pessoa
Saberás que não te amo e que te amo.
Porquanto de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem sua metade fria.
Eu te amo para começar a te amar,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de te amar nunca:
por isso mesmo é que ainda não te amo.
Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da ventura
e um incerto destino desditado.
Meu amor tem duas vidas para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo
e por isso te amor quando te amo.
(Pablo Neruda)
Quero
Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.
Ouvindo-te dizer: Eu te amo,
creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
e no seguinte,
como sabê-lo?
Quero que me repitas até a exaustão
que me amas que me amas que me amas.
Do contrário evapora-se a amação
pois ao não dizer: Eu te amo,
desmentes
apagas
teu amor por mim.
Exijo de ti o perene comunicado.
Não exijo senão isto,
isto sempre, isto cada vez mais.
Quero ser amado por e em tua palavra
nem sei de outra maneira a não ser esta
de reconhecer o dom amoroso,
a perfeita maneira de saber-se amado:
amor na raiz da palavra
e na sua emissão,
amor
saltando da língua nacional,
amor
feito som
vibração espacial.
No momento em que não me dizes:
Eu te amo,
inexoravelmente sei
que deixaste de amar-me,
que nunca me amastes antes.
Se não me disseres urgente repetido
Eu te amoamoamoamoamo,
verdade fulminante que acabas de desentranhar,
eu me precipito no caos,
essa coleção de objetos de não-amor.
Carlos Drummond de Andrade
Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.
Ouvindo-te dizer: Eu te amo,
creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
e no seguinte,
como sabê-lo?
Quero que me repitas até a exaustão
que me amas que me amas que me amas.
Do contrário evapora-se a amação
pois ao não dizer: Eu te amo,
desmentes
apagas
teu amor por mim.
Exijo de ti o perene comunicado.
Não exijo senão isto,
isto sempre, isto cada vez mais.
Quero ser amado por e em tua palavra
nem sei de outra maneira a não ser esta
de reconhecer o dom amoroso,
a perfeita maneira de saber-se amado:
amor na raiz da palavra
e na sua emissão,
amor
saltando da língua nacional,
amor
feito som
vibração espacial.
No momento em que não me dizes:
Eu te amo,
inexoravelmente sei
que deixaste de amar-me,
que nunca me amastes antes.
Se não me disseres urgente repetido
Eu te amoamoamoamoamo,
verdade fulminante que acabas de desentranhar,
eu me precipito no caos,
essa coleção de objetos de não-amor.
Carlos Drummond de Andrade
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
MEU SENTIMENTO É DISFORME, POÉTICO E DOÍDO
sentir extremamente é mais do que apenas sentir
a agonia cortante preenche meu peito
a tristeza blasé me rodeia
sou um resumo de infortúnios
feita de lembranças e silêncios
a poluição é contagiosa
sou engolida antes de engolir
uma overdose de poesia
uma sede que nunca acaba
Encontro marcado
Me deu saudade de você
Me deu vontade de surpreender
De fugir pra ir te ver
Ficar contigo, se perder
Me deu vontade de surpreender
De fugir pra ir te ver
Ficar contigo, se perder
domingo, 5 de outubro de 2014
Se você recusou sua rotina, deixou de fazer aquilo que mais gostava em nome de alguém, torrou seus bens, abandonou os amigos e os prazeres mais fundamentais, isso não é amor, é paixão. A paixão é uma fatalidade , o amor é uma escolha. A paixão é egoísta, o amor é generoso. A paixão é renúncia, o amor adapta. A paixão é confinamento, o amor é abrigo.
— Fabrício Carpinejar.
sábado, 4 de outubro de 2014
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