domingo, 27 de novembro de 2011

Não ofereço perigo algum: sou quieta como folha de outono esquecida entre as páginas de um livro, sou definida e clara como o jarro com a bacia de ágata no canto do quarto - se tomada com cuidado, verto água limpa sobre as mãos para que se possa refrescar o rosto, mas se tocada por dedos bruscos, num segundo me estilhaço em cacos, me esfarelo em poeira dourada.


Caio Fernando Abreu