Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir.
domingo, 17 de fevereiro de 2013
Ainda
Ainda arfa o peito, a lembrança intensa da tua boca úmida em meu seio. Ainda pulsa quente, teu apetite penetrando a fome do meu ventre. Ainda o teu cheiro em meus cabelos, tua mordida em meu pescoço. Ainda o teu olhar no meu, nossa saudade escandalosa, a eternidade do beijo que vai durar pra sempre... agora. Ainda tua risada da minha gargalhada, a piada sem graça, este estado de graça, o bem-estar de estarmos juntos. E este enrosco espalhando digitais por todo o corpo. Ainda estas vontades sem freios porque são teus meus anseios. Ainda este sussurro gostoso, ao pé do ouvido, depois do gozo. Ainda o mundo lá fora, o vento levando a cidade embora e o nosso passeio no espaço... sem tempo. Ainda é meu, seu, nosso este momento.
Marla de Queiroz