quarta-feira, 26 de junho de 2013



“Pobre moço, não viu a moça. Não o culpo, a menina tem mesmo esse dom de não se fazer visível, de não ser notada. O olhar restrito não a deixa mostrar-se, nem ver-se. Coleciona sensações e, não podendo vivê-las, as guarda em cantos de papel e espaços descoloridos. Dentro de si fica, calada. E não há santo que possa tirá-la de lá. Há um moço, mas ele não consegue vê-la. Tristes são os olhos desse moço, incapazes de enxergar um palmo à frente dos nomes e números. Tristes são os sentimentos dessa moça que, apesar da voz forte e sincera, perto dos olhos dele, permanecem mudos e calidamente amedrontados.”