terça-feira, 29 de julho de 2014



O sol não pode viver perto da lua


"O que há em mim é sobretudo cansaço, não disto nem daquilo, nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, cansaço. A subtileza das sensações inúteis, as paixões violentas por coisa nenhuma, os amores intensos por o suposto alguém. Essas coisas todas - essas e o que faz falta nelas eternamente -; Tudo isso faz um cansaço, este cansaço, cansaço. Há sem dúvida quem ame o infinito, há sem dúvida quem deseje o impossível, há sem dúvida quem não queira nada - três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, porque eu desejo impossivelmente o possível, porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, ou até se não puder ser… E o resultado? Para eles a vida vivida ou sonhada, para eles o sonho sonhado ou vivido, para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto… Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, um supremíssimo cansaço. Íssimo, íssimo. íssimo, cansaço."

— Álvaro de Campos

E eu continuo porque a chuva não cai só sobre mim.

Capital Inicial.

Os deslimites da palavra

Ando muito completo de vazios.
Meu órgão de morrer me predomina.
Estou sem eternidades.
Não posso mais saber quando amanheço ontem.
Está rengo de mim o amanhecer.
Ouço o tamanho oblíquo de uma folha.
Atrás do ocaso fervem os insetos.
Enfiei o que pude dentro de um grilo o meu
destino.
Essas coisas me mudam para cisco.
A minha independência tem algemas

Manoel de Barros

Tratado geral das grandezas do ínfimo

A poesia está guardada nas palavras — é tudo que eu sei.
Meu fado é o de não saber quase tudo.
Sobre o nada eu tenho profundidades.
Não tenho conexões com a realidade.
Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro.
Para mim poderoso é aquele que descobre as insignificâncias (do mundo e as nossas).
Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil.
Fiquei emocionado.
Sou fraco para elogios.

Manoel de Barros
Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas.
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim esse atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.

Manoel de Barros

sábado, 19 de julho de 2014

E quem pode comigo quando eu digo tudo o que sinto?

Caio Fernando Abreu
Desculpem, sou antiga. Gosto de andar de mãos dadas. E mais do que beijos e amassos, quero amor e continuidade."

Clarissa Corrêa


"Beleza não é ter um cabelo longo, pernas finas, pele bronzeada e dentes perfeitos. Acredite em mim. Beleza é o rosto de quem chorava e agora sorri. Beleza, é a cicatriz no seu joelho que você tem desde aquela vez que você caiu quando era criança, beleza é quando o amor não te deixa dormir de noite, beleza é a expressão no seu rosto quando o despertador toca de manhã. É a maquiagem borrada quando você toma banho, é a gargalhada de quando você conta uma piada e só você entende. Beleza é encontrar o seu olhar e ficar sem rumo, beleza é o seu olhar quando eu olho para ele, é quando você chora por suas paranoias, são as linhas de expressão marcadas pelo tempo. Beleza é o que a gente sente por dentro e que também reflete por fora. Beleza são as marcas que a vida nos deixa, todos os chutes e caricias que as memórias nos dão. Beleza, é se deixar viver."


Emma Watson



"Um dia seus olhares se cruzam. Você sente uma coisa que nunca sentiu. Seu coração acelera. Seu corpo arrepia. Seu olhar ilumina. Sua boca fica seca. Sua barriga sente um frio interminável. Borboletas dançam uma dança bonita no seu estômago. O mundo de repente para por um segundo. E você pensa oi, sorte."


Clarissa Corrêa




"E então você descobre que não tem nada de errado. Que é uma mulher bonita, legal, inteligente e divertida. Que as pessoas são livres para gostar de quem quiserem. Que um relacionamento às vezes acaba porque tem que acabar. Que ninguém é obrigado a gostar de você só porque você quer. Que freqüentemente a gente gosta é do gostar, e não especificamente daquela pessoa. Que quando for o tal do “pra ser” vai ser. Que não pode depender emocionalmente de ninguém, a não ser de você mesma. E que é preciso, antes de tudo, se gostar. Muito."


Clarissa Corrêa




"Pra amar, tem que conhecer. Pra amar, tem que se perceber. Pra amar, tem que doer um pouco. Porque dói, é uma descoberta, é uma mudança, é um se ver no outro, é um ver o outro exatamente como ele é - e ainda assim amar."

Clarissa Corrêa

terça-feira, 15 de julho de 2014


Acho engraçado as pessoas se preocuparem tanto com isso. Morreu de quê. Por que não perguntam "viveu de quê?" Eu quero é viver das coisas. De aprender, de pensar, de dar gargalhada. De abraço, beijo, de cinema. De morango, margarita, chocolate, champanhe. Viver de amor e de amigos. Eu quero morrer é de vida.

Cris Guerra

domingo, 13 de julho de 2014

Você sabe que vai ser sempre assim. Que essa queda não é a última. Que muitas vezes você vai cair e hesitar no levantar-se, até uma próxima queda. Prefere jogar-se numa atitude que seria teatral, não fosse verdadeira, sentir os espinhos rasgando carne, as pedras entrando no corpo, o rosto espatifado contra o fim desconhecido. Precisa ir até o fundo. 

— Caio Fernando Abreu.
Não entendo como tem gente que diz que não se arrepende do que faz, fico admirada.
Pois eu continuo me arrependendo, espero um dia acertar mais e não sentir o que sinto agora após fazer as bobagens que faço. Parar de agir por impulso, talvez seja o primeiro passo para parar de errar.
"Meu coração se transforma a cada experiência. Mas ainda palpita, sobressalta e se assusta. Ainda é vulnerável como quando eu tinha dez anos.”

(Lya Luft)

sexta-feira, 11 de julho de 2014

A gente não escuta só as palavras: a gente ouve também os sinais.Somos doutoras em traduzir gestos, silêncios e atitudes incomuns. Se ele está calado demais, é porque está pensando na melhor maneira de nos dar uma má notícia. Se está esfuziante demais, é porque andou rolando novidades que você não está sabendo. Enfim, o cara não pode respirar diferente que aí tem. Às vezes não tem. O cara pode estar calado porque leu um troço que mexeu com ele, ou está falando muito porque o time dele venceu. Por que tudo o que eles fazem tem que ser um recado pra gente?

Martha Medeiros
E quanto ao amor? Ah, o amor… Não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

A decepção é a filha da expectativa.
Meu coração tá ferido de amar errado.

— Caio Fernando Abreu.
Mas não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica a não ser continuar. Tem coisa mais autodestrutiva do que insistir sem fé nenhuma?

— Caio Fernando Abreu




Meu coração é o laboratório de um cientista louco varrido, criando sem parar Frankensteins monstruosos que sempre acabam destruindo tudo.

 — Caio Fernando de Abreu.