terça-feira, 5 de março de 2013




Imagine uma relação na qual um é totalmente apaixonado. Vive pra fazer o outro feliz. Faz e acontece; pensa e sonha; vive e respira o outro, a possibilidade, a relação.
O dia fica melhor ou pior cada vez que o encontro acontece. Cada vez que o outro lhe sorri ou lhe é indiferente... Enfim, o dia pode estar iluminado ou não - só em função de um olhar, uma delicadeza, um acontecer...
Pense então, agora, num outro que recebe tudo isso - e não valoriza. Encara tudo como chato. Demais, exagerado. E não estou falando aqui de controle - simplesmente daquele amor que se DOA incondicionalmente! Enfim, o outro não sabe receber, não quer, não aprendeu, não se interessa por nada que não seja seu ESPELHO...
Essa é de fato a questão - remar contra tudo o que pode ser melhor para aceitar a MIGALHA , a não aceitação, a rejeição, a indiferença, a insegurança, a covardia. É mais que isso: é colocar-se a prova e, ter de enfrentar diariamente os amigos, os familiares, aqueles que nos amam, INDIGNADOS, com tanta falta de amor de um lado e resignação de outro.
E embora alguns escolham viver dessa maneira, um dia "a casa cai ". E, então, tudo muda... Muda de forma rápida e definitiva e coloca de cabeça pra baixo a relação que parecia ter suas regras simples e claras:
UM QUE MENDIGAVA E OUTRO QUE SE ESQUIVAVA.
E é nesse exato momento que o jogo começa pra valer.
Essa história terá então dois possíveis desfechos. Tudo com base na maturidade, no que se aprendeu ao longo do caminho, no que se conseguiu aprender em termos de desapego, autoconfiança, autoestima e assim por diante.
O AMOROSO decide manter sua decisão e sai de cena, deixando o espaço aberto para o OUTRO continuar o seu caminho com tudo o que tem de bom e de ruim - e, esse provavelmente encontrará para seu deleite, outro qualquer desavisado para continuar a ESPEZINHAR... Ou o AMOROSO cai novamente na armadilha e, quando está lá certo de que tomou a decisão correta, inicia-se mais uma novela com torturas, aprisionamento, dor, pouco caso...
A escolha é mesmo de cada um.
E, para escolher o melhor, o BASTA precisa mesmo ser levado em consideração.


Martha Medeiros