quinta-feira, 18 de julho de 2013

QUANDO MINHAS PALAVRAS VOARAM

Nossa vida não é triste.
Mesmo quando não temos uma alegria, temos uma esperança.
A esperança é a alegria nascendo.
Nunca fui vítima do passado, órfão da memória, coitadinho da infância.
Não me diferenciei pela dor, nem me destaquei pela tristeza.
Detesto reclamar. Reclamar só chama rancor.
O que eu passei, passei, superei de algum jeito, os traumas não me mataram.
As brigas não me levaram ao ódio e ao ressentimento. Não fiquei sequelado.
Aquilo que parecia um sofrimento eterno também esqueci.
Não irei me vangloriar das feridas. Gosto mais das minhas sardas do que das minhas cicatrizes.
Sofri o que aguentei. Aguentar é deixar de sofrer.

Fabrício Carpinejar